É muito interessante como certos assuntos sempre conseguem atingir a psique do ser humano quando tratados com simplicidade e realismo, este é o caso do filme em questão: Insidious ou como foi batizado em terras tupiniquins: Sobrenatural (não confundir com a série de TV).
Vamos a uma breve sinopse do filme, a trama segue uma família cujo filho está em estado de coma. Quando a sua consciência cai na armadilha de um purgatório chamado The Further, ele se torna um chamariz para coisas terríveis e sinistras.
Sim, é verdade há muitas coisas aqui que já vimos em diversos filmes do gênero, por exemplo, o pai incrédulo, a mãe sensitiva, a psíquica que ajuda a família entre outros clichês de filmes de terror/suspense com espíritos, desde Poltergeist. O filme é dirigido por James Whan e escrito por Leigh Whannell, ambos em sua terceira colaboração (sendo as outras duas: Jogos Mortais e Dead Silence).
Apesar dos clichês citados a diferença do filme está no uso de elementos básicos do cinema, o tornando um filme muito próximo ao real e por isso entrando na mente do espectador, que a qualquer momento após o filme espera ver um vulto atravessando a sala da sua casa, ou pensa duas vezes antes de usar o banheiro no meio da noite.
O que quero dizer por “elementos básicos” é que aqui não somos bombardeados com toneladas de efeitos especiais, por trilhas sonoras pomposas ou mesmo por litros e litros de sangue. Tudo no filme é simples e minimalista e isso meu caro leitor é o que realmente assusta. A trilha é pontuada por pequenas intervenções de batidas descompassadas no piano, ou sons de um violino distante destoado, em muitos momentos somos levados através do tempo para a década de 20 (isso mesmo, cinema
MUDO e
PRETO E BRANCO), confesso que me lembrei do cinema expressionista do clássico “
Das Cabinet des Dr. Caligari” ou “
O Gabinete do Dr. Calligari”. Whan se utiliza por diversas vezes durante a projeção da desaturação da imagem para mostrar as influências de diretores como o próprio
Robert Wiene.
Logo na seqüência de abertura somos brindados com um prelúdio/vinheta no melhor estilo de filmes mudos, com uma câmera em travelling voando por uma casa, até revelar uma figura assustadora e o titulo do filme aparecer em letras gigantescas na tela do cinema, ao som de uma orquestra digna da época em que as trilhas sonoras eram feitas ao vivo durante a projeção.
O charme do filme está no fato do mesmo conseguir se infiltrar no seu pensamento, todos os vultos ou mesmo “fantasmas” vistos no filme, não são seres digitais e sim pessoas com uma aparência apática, o mesmo tipo de figura que se víssemos no final do corredor de casa no meio da noite, seria suficiente para que nunca mais quiséssemos deixar os nossos respectivos quartos. Insidius é um filme que faz o espectador olhar por cima do ombro diversas vezes ao chegar em casa ou mesmo pular de susto ao ser surpreendido pelo seu gato se esgueirando pela janela na mesma noite, e isso meu amigo, é algo que não vemos no cinema a algum tempo.
Infelizmente o filme se rende no terceiro ato aos efeitos especiais, mas nada que estrague sua beleza, pois são apenas pequenos borrões em um quadro pintado com muita atenção e cuidado por Whan, excluindo esse ato final, poderíamos dizer que este é um filme dos anos 20 feito nos dias de hoje.
Fugindo de fórmulas já utilizadas aos montes em filmes de terror/horror, Insidious é um filme que traz um sopro de frescor e originalidade ao gênero, fugindo de formulas batidas, como o uso de câmeras de mão e 4.000 litros de sangue por segundo, o filme consegue realmente causar arrepios na espinha e gritos numa sala de cinema lotada durante o feriado de páscoa, e quando digo um sopro, quero dizer literalmente isso, pois é bem provável que a mais leve brisa ao pé do ouvido vá lhe meter um bom medo após a projeção.
2 Comentários:
hmmmmm
vou atras...
Quer provar se seu namorado é macho? Vá ao cinema e assista com ele....as consequencias poderão ser tristes porém reveladoras hauahauahaua
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