Se Fudendo no Cinema 01 - Dorian Gray


    O Retrato de Dorian Gray é um filme tão chato, mas tão chato, que eu tenho preguiça até de comentar sobre ele. Porém, não me veio a cabeça nada melhor (ou seria pior?) para dissertar no momento. E minha teoria sobre não acreditar muito no que o trailler apresenta, entrou para minha lista de teorias a serem levadas a sério.
  Acredito que a maior parte dos mortais possuem a péssima mania de querer comparar o livro com o filme. Estou tentando me livrar desse mal mas confesso que não é uma tarefa fácil. E, quando isso acontece, existe uma consequência quase certa: a decepção!
  A história se passa na Inglaterra aristocrática do século XIX, onde Dorian Gray torna-se modelo para o pintor Basil Hallward e, influenciado pelas idéias de um Lorde, acaba encontrando um mundo antes desconhecido e perigoso. Ao deparar-se com o retrato pronto, Dorian fica obcecado por sua própria beleza mas, sabendo que tudo isso chegará ao fim juntamente com sua juventude, ele passa a exprimir o desejo de que só o quadro pudesse envelhecer e, tchan tchan tchan tchan, ele consegue!
  No livro de Oscar Wilde, temas como o homossexualismo - que, em minha opinião, tem um espaço no filme muito maior do que ele mesmo propõe – ficam implícitos, nada aparece de forma tão escancarada como no filme, o que faz perder grande parte da riqueza do texto original. Além disso, o ator que interpreta Dorian, Ben Barnes, é de uma indiferença, ausência de emoção e perfeccionismo britânico extremamente irritantes e desanimadores.  Acredito que, para retratar um personagem descrito no livro com um padrão de beleza fora do normal, o requisito mínimo para se tentar fazer um bom filme seria escolher alguém muito, muito, muito bonito. Desculpe, mas Ben não me parece ter sido uma boa opção!
  Como se já não fosse o bastante tudo isso,o diretor londrino Oliver Parker abusa de “defeitos” especiais e um lado obscuro que beiram a comédia.
Já Colin Firth, que no filme interpreta o Lorde Henry Wotton, é o único que merece alguma atenção, fazendo seu personagem ter uma relevância comparável a do livro. É ele quem abre os olhos do bonitão, porém, ingênuo Dorian para a importância e efemeridade da beleza e prazeres mundanos através de uma atuação plausível com um toque cínico, irreverente e irônico muito bem utilizados.
Não assisti a nenhuma das outras muitas versões para o cinema deste clássico literário mas, com certeza, essa não foi a melhor. Espero que quem assistiu ao filme possa ter ficado intrigado no porquê esta história marcou uma época e procure ler o livro!
Bom, quero evitar a fadiga e encerrar por aqui. Se quiser ouvir roncos, cochilar após o trabalho ou ficar beijando alguém na sala, está aí uma ótima opção!

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2 Comentários:

Anonymous MadeinMari disse...

Não se compara, cinema com livro, são duas artes diferentes mas as pessoas nçao entendem isso! Ja ouvi dizer que esse filme é legal, mas tive vontade de assistir , vou vêr se vejo.

30 de abril de 2011 às 09:28  
Blogger Fernando Milan disse...

Caráleos me fodam! Mas digo que esta não é a pior adaptação do Retrato de Dorian Gay - ops, Gray - para a telona. Tem uma versão modernosa de '70 ou '80 que é uma catástrofe interplanetária. Ele dirige um conversível vermelho. Só faltou ter Red Barchetta na trilha.

31 de maio de 2011 às 11:42  

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