SE FUDENDO NO COTIDIANO O1 - A SAGA DO SISO

Meus amigos, desconhecidos, nerds (parabéns pela toalha), navegantes, curiosos e seja lá mais quem estiver lendo, acredito que o fato de poder compartilhar momentos inesquecíveis é o que mais ajuda a torná-los memoráveis!

Convido vocês, portanto, a conhecerem um pouco mais sobre um desses tais momentos de minha humilde vida....sejam todos bem vindos a SAGA DO SISO!

Todo mundo já conheceu ou pelo menos, ouviu falar sobre alguém que teve que arrancar o famoso dente estraga vidas do juízo. Eu particularmente não conheço uma alma viva que sobreviveu a este episódio sem algum, por menor que fosse, trauma.



A saga teve início numa pré avaliação odontológica onde fui informada de que teria que tirar não um, nem dois, nem três, mas todos os quatro dos meus lindos tortos e doloridos dentes do siso (ao menos não nasci com cinco, sim, isso é possível!). Até aí beleza, sou fortona, machona, corajosa e....
“- Então, o orçamento ficou em R$760,00”
...cagona pra cacete!

Meu Deus, não posso comprar uma blusa, uma calça, uma calcinha, um shampoo mas posso gastar 700 reais num dente? Não, isso está errado, não é justo, eu não pedi pra nascer muito menos pra esse dente crescer no lugar errado! Foi aí que o planeta começou a conspirar a meu desfavor! As dores foram aumentando, aumentando, aumentando até tornarem-se insuportáveis! Beleza, um só não vai matar ninguém, depois vejo o que faço com os outros.
  
O espírito muquirano sempre foi algo inerente a meu ser, foi então que resolvi visitar o maravilhoso plano odontológico oferecido pelo meu trabalho...o SUS! Informada sobre a existência de uma triagem realizada às 7 da manhã, lá fui eu em busca de economizar meu dinheiro para ser gasto em algo mais útil que um dente (que seria, a meu ver, qualquer coisa).

Quinta-feira fria, 4:00 da manhã, destino: Consolação (pode ser perto para quem mora em lugares habitáveis, entende-se como habitável algo fora do extremo da zona sul). Gente saudável, feliz, satisfeita com o serviço público, funcionários prestativos e um excesso de ironia na frase, só ajudaram a iluminar minha manhã. Chegando ao destino, fui informada de que um requisito básico para a triagem era a carteirinha do SUS, tudo bem (tudo bem porra nenhuma), continuaria lá para saber como era o sistema, o tempo de espera, se funcionava mesmo - estava acompanhando uma amiga que fez o telefonema no dia anterior -, etc. Subi a escada, rezei para nunca mais precisar passar por isso e fui atendida por outra funcionário exemplar que deu a notícia de que não existiam vagas para extração do siso há mais de um ano. Conclusão: no SUS só existe vaga pra morrer! Essa daí tem e tem de sobra! Tudo bem, não dá pra economizar? Não criemos pânico....aliás, criemos sim, esse dente está doendo pra caramba e eu preciso que ele saia daqui e é já!
  
Cirurgia marcada, velas acesas e vamos lá....acredito que o maior problema de tudo isso não é nem a extração mas sim toda a pressão psicológica na qual ela é envolvida (tipo a que estou fazendo agora =) ). Dentista apresentada (sim, era uma desconhecida), credibilidade posta em dúvida e todos os pensamentos negativos do universo concentrados em uma só cabeça: a minha!
  
Vários bichinhos feios na parede para me deixar com maiores náuseas além de tesouras, linha, agulha, motorzinho e tudo mais que ninguém nunca espera que enfiem dentro da sua boca! Hora da anestesia....pequenas agulhadas que te deixam imóvel não por tirarem a dor mas simplesmente por te roubarem o poder de escolha. O que mais me causa revolta são as perguntas dos dentistas em momentos impróprios: “Tá bem?” “Qualquer coisa fala!” Ah claro, com uma tesoura, um motor, um canivete, uma arma e um monte de sangue escorrendo da minha boca, com certeza estarei super confortável, poderemos até conversar sobre as novas tendências do inverno!
“Agora farei força!” Força? Minha filha você quis dizer arrancar minha mandíbula não é? O pior de tudo é que, na hora, não é ruim mas duas horas depois a dor é insuportavelmente insuportável.

Maldito o momento em que acreditei que o que sentia tendo o dente era dor. Parecia a vingança dos dentes sabe, “Sua otária quem mandou me tirar do meu lugar? Tome essa facada na boca ( e no bolso!)”.

Uma semana sem falar, sem comer e viciada em remédios que só amenizam a dor durante alguns minutos. Escovar os dentes? Só se for dos outros né, tarefa praticamente impossível na área do dente extraído! E para tirar os pontos? Alguém avise aos dentistas que anestesia também deveria servir nestes momentos! Para completar, descubro que deveria ter feito bochechos desde o segundo dia, porém, minha querida dentista ESQUECEU de avisar! Ah maravilha, adoro ter além de um buraco no lugar do dente, uma inflamação de brinde! 

Passadas três semanas do acontecimento, ainda sinto algumas dores e guardo três aprendizados:
  1. Ao invés de poupança para a faculdade dos filhos, faça a poupança do siso!
  2. Existem pessoas, coisas e dentes que surgem só pra trazer desgraça!
  3. E a fada do dente não existe!

FIM (apesar de ainda faltarem três...)

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4 Comentários:

Anonymous Dayse disse...

Mari ! Adorei sua saga para arrancar o dente do Siso !Realmente a fada do dente não existe hahahaha

1 de fevereiro de 2012 às 07:45  
Blogger MarsPathfinder disse...

Hola, e se os dentista arrancassem um dente do meio? O siso eh feito para substituir os do meio que se perderiam na natureza. A proposito agua em marte eh so pa o robozinho beber.

27 de outubro de 2015 às 22:06  
Blogger Unknown disse...

Ola nossa vc me deu um baita medo agora...rsrs preciso dar um jeito nos meus dois do lado esquerdo q doem mais nada insuportável, acheivq iria melhorar arrancando agora to cagando de medo....kkkk olha q estão saindo os quatro e um ta deitado deus me ajude....

28 de dezembro de 2016 às 22:53  
Blogger Letícia disse...

Eu precisava tirar 3... acho que não vou mais. Haha

16 de novembro de 2017 às 18:15  

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